Campinas: Chimpanzé perde direito de ser transferido para um santuário

Jimmy vive numa jaula no zoológico de Niterói há 13 anos. Entidades de proteção aos animais dizem que ele está isolado e pediram a transferência do chimpanzé para um santuário de primatas, em Sorocaba, interior de São Paulo.

A justiça do Rio de Janeiro negou o pedido. Disse que apesar do chimpanzé ser o parente mais próximo do homem, com 99,4% do DNA idênticos ao do ser humano, não pode ser considerado gente.

A decisão inédita repercutiu entre juristas e ambientalistas. “Nós vamos continuar lutando porque o chimpanzé são seres como nós, eles têm personalidade, cada um é um indivíduo diferente, eles têm sentimentos como a gente. Não podemos explorá-los”, diz Camila Gentile, veterinária do grupo de apoio aos primatas.

“A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro está ténicamente correta . O conceito do processo de liberdade do processo civilizatório é um conceito humano, mas essa preocupação com o bem estar dos animais é um avanço da humanidade, do ser humano”, diz Wadih Damous, presidente da OAB-RJ.

Esse é só mais um capítulo da discussão sobre o direito dos animais. Cenas de maus tratos levaram nove estados e 50 municípios brasileiros a proibir a exibição de bichos em circos.



No ano passado Campinas criou a primeira delegacia especializada na proteção de animais, de São Paulo. Ela surgiu depois de um episódio que causou muita indignação na cidade: um homem amarrou um cachorro numa moto e arrastou por dez quilômetros. O animal não resistiu.

A delegada recebe 400 denuncias por mês. Em mais de um ano pelo menos 100 acabaram em termo circunstanciado, equivalente a um inquérito. “A pessoa responde em liberdade, mas pode ser presa posteriormente, porque esse crime prevê pena de três meses e um ano de detenção e multa”, declara Rosana Vescovi Mortari, delegada.

No começo do ano, depois de ver imagens de maus tratos o Ministério Público de São Paulo denunciou as prefeituras de Tarumã e de Assis por maus tratos a animais de rodeios.

Os peões machucavam os touros com chutes e pedaços de pau. Usavam um condutor elétrico para dar choques e apertavam a barriga deles com um cinto de couro. “Muita gente acredita que boi pula pra se livrar do peão, mas na verdade ele quer se livrar do instrumento que está o torturando”, diz Janaína Camoleze, ambientalista.

“A maldade humana com o animal hoje é com o ser humano amanhã”, diz Flávio Lamas presidente da Associação Campineira de Proteção aos Animais, de Campinas.

Fonte: EpCampinas





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