O Ministério Público ofereceu nesta segunda-feira (17) uma denúncia sobre a contratação pela Sanasa de um escritório de advocacia, por R$ 360 mil, para defender dirigentes da autarquia das denúncias sobre fraudes em licitações públicas. O escritório Oliveira Lima, Hungria, Dallaqua e Furrier Advogados foi contratado em outubro do ano passado por um período de um ano. Para o MP, houve crime de peculato, já que foi gasto dinheiro público para defender interesses pessoais dos acusados. A Sanasa não aparece como réu em nenhum dos processos.
O pedido do MP foi protocolado na 3ª Vara Criminal de Campinas e deve ser decidido pelo juiz Nelson Augusto Bernardes de Souza.
A Sanasa, por meio da assessoria de imprensa, contestou a denúncia e informou que o escritório foi contratado, sim, para defender interesses da empresa. A reportagem da EPTV tentou contato com representantes do escritório, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.
Entenda o caso
Oito pessoas foram presas durante a operação da Corregedoria da Polícia Civil e do Gaeco, órgão ligado ao Ministério Público, no dia 17 de setembro de 2009. Segundo os promotores, foram fraudadas licitações nas áreas de limpeza, segurança e vigilância. Um prejuízo estimado em R$ 615 milhões aos cofres públicos.
Segundo as investigações, a quadrilha agia no estado do Tocantins, Minas Gerais e também em Campinas, Indaiatuba e Hortolândia. A fraude envolvia o pagamento de propinas para beneficiar empresas que venciam as licitações. A operação teve que ser antecipada porque os envolvidos descobriram que estavam sendo investigados.Documentos sigilosos foram roubados. Um agente federal foi encontrado morto, em dezembro passado, ele participava das investigações e foi apontado como suspeito pelo roubo e vazamento de informações.
Fonte: EpCampinas