Lobistas teriam avisado políticos sobre esquema de fraudes na Sanasa em Campinas

Tivemos acesso ao depoimento de um segurança que trabalhou com o lobista Emerson de Oliveira, dado ao Ministério Público de guia Campinas nas investigações sobre possíveis fraudes em contratos públicos. A testemunha seria um dos homens encarregados de transportar o dinheiro de propina entre o empresário José Carlos Cepera e membros do alto escalão da prefeitura e da Sanasa.

Nele, o segurança detalha quem recebia o dinheiro que garantia contratos do empresário com a empresa.O depoimento do segurança mostra ainda que candidatos a prefeito em 2008 teriam conhecimento do esquema ilegal.

Segundo o depoimento, ele e outro segurança seguiam em um carro blindado para São Paulo, no escritório de Cepera, no bairro da Mooca. Lá recebiam o dinheiro e voltavam para Campinas. Na cidade, o montante era distribuído para os lobistas Emerson de Oliveira e Maurício Manduca, em um escritório no bairro Cambuí. Os lobistas então se reuniam com Luiz de Aquino, ex-presidente da Sanasa, que tinha a incumbência de entregar os recursos para a primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Rosely Nassim Santos. A primeira-dama, segundo Luiz Aquino, seria a chefe do esquema.



Em um momento do depoimento, o segurança conta que Rosely e Cepera se reuniram na prefeitura. O depoente sabe deste encontro porque foi Emerson de Oliveira quem contou, já que Cepera teria deixado o paço municipal e seguido para a casa do lobista Emerson no dia do encontro.
Na conversa entre Cepera e Rosely, teria ficado acertado que o empresário entregaria dinheiro direto para ela, sem passar por intermediários. Essa quebra de esquema teria acontecido entre o final de 2007 e início de 2008, ano da reeleição do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT).

Fora da partilha dos recursos ilegais, Manduca e Oliveira teriam feito um dossiê sobre o esquema de corrupção envolvendo contratos públicos. Os documentos foram entregues, em 2008, aos candidatos a prefeito Carlos Sampaio (PSDB), Jonas Donizete (PSB) e Paulo Búfalo (PSOL). Jonas Donizete informou que ficou sabendo de boatos durante o período eleitoral, mas desconhece um dossiê. Paulo Bufalo e Carlos Sampaio disseram que não receberam, mas teriam interesse em investigar.

Fonte: EpCampinas





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