Parada do Orgulho LGBT reúne milhares em Campinas

A 11ª Parada do Orgulho LGBT da cidade Campinas reuniu uma multidão na tarde deste domingo (3) nas principais vias do Centro da cidade. De acordo com a Guarda Municipal, pelo menos 50 mil pessoas passaram pelo local do evento. As informações divergem dos dados passados pela organização, que estima o público entre 120 e 150 mil.

Dois trios elétricos e um carro do Centro de Referência do Programa Municipal DST/Aids participaram do cortejo que partiu por volta das 15h do Largo do Párá. De acordo com Deco Ribeiro, um dos organizadores, a diminuição dos trios de casas noturnas representa um momento de transição em que a Parada LGBT deixa de ser um evento voltado apenas a dar visibilidade ao público homossexual da cidade e passa a exercer um caráter político. “A Parada é uma forma de exigirmos nossos direitos. Hoje em dia vemos mais gente com cartazes, comemorando a conquista do casamento gay e reivindicando que a homofobia seja considerada crime. É uma forma de dar voz aos homossexuais de Campinas.”

Com o tema “Eu pago meus impostos e quero meus direitos: PLC 122 já!”, a drag queen Lohren Beauty comandou a festa de cima do trio que guiou os cerca de 100 mil participantes até o Largo do Rosário, local de encerramento da manifestação. O deputado federal Jair Bolsonaro, conhecido por seus ataques contra o homossexualismo, foi representado por um boneco amordaçado por uma bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBT.



Além da luta pelos direitos civis, o organizador afirma que a manifestação é uma maneira de desmistificar a imagem do homossexual diante da população jovem. “Muitos adolescentes de 14 ou 15 anos estão tendo hoje o seu primeiro contato com gays em razão da Parada, porque eles ainda não têm idade para frequentar bares e casas noturnas e isso é uma referência positiva que ajuda a diminuir o preconceito porque eles vêm que ser gay é legal, que não tem nada de errado nisso.”

Deco é diretor da Escola Jovem LGBT, primeira voltada para o público gay no Brasil, e acredita que a iniciativa não incentiva a segregação e, ao contrário, colabora na luta contra o preconceito. “A escola não é exclusiva para gays. Também temos alunos heterossexuais matriculados nos cursos de música e cinema.

É uma escola de artes que ajuda a juventude reprimida a se expressar e quando esses jovens convivem juntos eles percebem que a gente não morde. Em casa eles passam esse conhecimento para os pais e na rua para os amigos. O preconceito é fruto da ignorância. Esse conhecimento ajuda a diminuir o preconceito dentro de casa.”

Fonte: EpCampinas





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