Campinas reduz tarifa pela segunda vez e ônibus vai a R$ 3 a partir de segunda

A Prefeitura de Campinas anunciou nova redução no preço do bilhete do transporte público, que passa a custar R$ 3 a partir da próxima segunda-feira (24). Segundo o prefeito Jonas Donizette (PSB), a decisão foi tomada “por causa do momento e do clamor da população”. Para reduzir a tarifa, o Executivo vai aumentar o subsídio pago às empresas e, por isso, alguns investimentos serão cortados, o que pode afetar inclusive as áreas da saúde e educação na cidade Campinas.

De acordo com o prefeito, ainda não existe um estudo dos impactos desta redução no orçamento do município e as empresas ainda não foram contatadas pelo Executivo para estimar o aumento do repasse. “Essa decisão foi tomada unilateralmente por mim, por julgar que este é o momento em que se  precisava ter uma decisão rápida sobre o assunto”, informou durante o anúncio no Salão Azul do Palácio dos Jequitibás na noite desta quarta-feira (19).

Donizette já havia determinado o corte na passagem do atuais R$ 3,30 para R$ 3,20, a partir do dia 30 deste mês, após o governo federal ter zerado a cobrança das alíquotas do PIS e da Cofins. Na ocasião, ele afirmou ter sofrido resistência por parte das empresas, que chegaram a apresentar uma planilha indicando um prejuízo de R$ 870 mil por mês caso a tarifa seja reduzida.

A tarifa de ônibus de Campinas foi reajustada em dezembro do ano passado, quando passou de R$ 3 para R$ 3,30 e tornou-se uma das mais caras do Brasil. O reajuste foi oficializado à época pelo então prefeito Pedro Serafim (PDT).



Impactos
Durante o anúncio, Donizette informou que sua equipe iniciará agora um estudo financeiro preciso sobre as áreas que serão sacrificadas para permitir o aumento do repasse às empresas do transporte público. “Possivelmente teremos que cortar investimentos. Vamos ter que buscar recursos no orçamento da Prefeitura para custear esta redução. Vamos avaliar de onde vamos fazer esse remanejamento (de verba). Praticamente todas as áreas nós teremos que avaliar”.

Questionado sobre possíveis cortes em áreas essenciais, como saúde e educação, o prefeito não deu a garantia de que elas não sofrerão impactos. “Essas duas áreas consomem mais de 50% do orçamento. Agora vamos fazer uma avaliação de onde vamos tirar o recurso. Nós temos que ter uma sensibilidade do momento e do clamor da população”, falou.

Subsídio
Atualmente, o subsídio pago pela Prefeitura às empresas que têm a concessão do transporte na cidade é de R$ 36 milhões por ano. Quando reduziu a passagem para R$ 3,20, o prefeito foi categórico ao afirmar que não aumentaria o repasse dos cofres públicos para a iniciativa privada.

Já nesta quarta, Donizette justificou que com o corte de mais R$ 0,20, seria inviável não aumentar este subsídio às empresas, mas afirmou que ainda não negociou de quanto será o aumento.

Empresas cobram agilidade do prefeito
Por meio de nota, a Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc), afirmou que espera “que a Prefeitura tenha a mesma rapidez que teve na tomada de decisão de baixar a tarifa (…) para tomar medidas concretas que tragam reequilíbrio econômico-financeiro ao contrato de concessão”.

Fonte: G1





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