Tropa de Choque entra na Câmara de Campinas e tira manifestantes à força

A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou na Câmara de Vereadores de Campinas e, após tentativa de negociação, decidiu tirar, um a um e à força, os manifestantes que permaneciam no prédio do Legislativo na madrugada desta quinta-feira (8). O grupo chegou ao local na noite de quarta para protestar por melhorias no transporte público da cidade.

Dois ônibus da PM ficaram lotados de manifestantes que foram detidos e encaminhados para o 4º Distrito Policial, onde a ocorrência será registrada. Aproximadamente 100 pessoas estavam no prédio do Legislativo, mas não há informação sobre quantos foram encaminhados para o DP.

A Tropa de Choque agiu, por volta das 23h30, após solicitação do presidente da Câmara, Campos Filho (DEM). O grupo havia ocupado o plenário havia quatro horas e, para tentar impedir a entrada da PM, alguns manifestantes chegaram a bloquear as saídas alternativas do plenário com cadeiras e mesas que foram depredadas. Com saídas de emergência e portas laterais bloqueadas, a tropa entrou pelo acesso principal do prédio.

Operação
A princípio, os policiais se posicionaram entre as cadeiras reservadas para a população e os manifestantes, que haviam decidido em assembleia manter a ocupação, se posicionaram enfileirados, de frente para a tropa, dentro do plenário, onde os vereadores ficam durante as sessões. O comando da PM deu um prazo de dez minutos para os que quisessem sair pacificamente e, em passado o prazo, os militares se revezaram em grupos que, gradativamente, entrava no plenário para a remoção forçada de um a um dos jovens.

Os manifestantes pediam tarifa zero, a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes, além da saída do secretário de Transportes, Sérgio Benassi. A pauta de reivindicação já havia sido entregue aos vereadores no mês passado, mas a maioria se posicionou contrária aos pedidos do movimento.



Ocupação
O grupo se reuniu no Centro de Campinas antes de seguir em passeata para a sede do Legislativo. Eles chegaram à Câmara durante a sessão ordinária, que foi interrompida e, posteriormente, cancelada. Os manifestantes subiram nas mesas utilizadas pelo vereadores e picharam paredes e a tribuna do plenário.

A princípio, os móveis não haviam sido depredados, mas quando um grupo notou a presença da Polícia Militar no interior do prédio, onde ficam os gabinetes, houve quebra-quebra e mesas, cadeiras e barras de ferro foram usadas para bloquear saídas de emergências e os acessos dos gabinetes para o plenário.

Diálogo por microfone
O presidente da Casa tentou, por meio dos auto falantes, pedir que os manifestantes elegessem uma comissão para “encaminhar as solicitações”, mas o grupo pediu em coro que ele fosse dialogar pessoalmente com eles no plenário. Campos se dirigiu até as portas, mas como elas estavam bloqueadas, a comunicação não foi possível. O vereador voltou a usar o microfone para pedir a pauta de reivindicações, mas os manifestantes disseram que a pauta já havia sido encaminhada e eles queriam respostas aos pedidos.

O clima esquentou entre os parlamentares nos bastidores. Divididos entre os que defendiam uma ação efetiva da PM e os que queriam insistir no diálogo, houve bate-boca e alguns parlamentares perderam a linha e se dirigiram a outros com palavrões aos berros.

O que diz o presidente
Após a retirada dos manifestantes, o presidente da Câmara, Campos Filho, informou que autorizou a entrada da PM porque atos criminosos estavam sendo cometidos no prédio público. O democrata disse que um procurador da Casa acompanharia o registro da ocorrência policial e a identificação de cada um dos detidos para que eles fossem responsabilizados.

Fonte: G1





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