Aberta a temporada do teatro acessível no Convivência, em Campinas

Quem se daria perfeitamente bem no palco do Centro de Convivência, espaço para goteiras e infiltrações, seria Gabriel Villela. Afinal, a marca indiscutível do encenador mineiro é abusar das ressignificações dadas ao guarda-chuva. Se bem que, no caso do Teatro Luís Otávio Burnier, a utilização do objeto seria em sua plena forma primária: proteção contra chuva.

Analogias (e brincadeiras) à parte, com ou sem pingos d’água em cena, a 26ª Campanha de Popularização do Teatro de Campinas estreia nesta sexta-feira (14) com bastante empenho por parte das companhias participantes. A maratona, composta por 100 sessões, estende-se até 27 de fevereiro. Na programação, basicamente toda realizada no Convivência (soma-se a ela, a mostra paralela no Teatro Carlito Maia, no Bosque), estão comédias, dramas, infantis e até musicais. Melhor de tudo isso: os convites são vendidos a preços populares: R$ 10 e R$ 5.

Ao contrário das edições anteriores, pautadas por repetição desgastante de espetáculos, a maratona de 2011 preza pelo ineditismo. Nem tanto: um olhar atento na programação faz o espectador perceber algumas figurinhas carimbadas: “Se Liga” (Cia. Atlanta), “Mulheres Descasadas Procuram” (Teatro de Pano) e “Uma Comédia de Enganos” (Cia. Pão & Água), por exemplo.



“Acredito que oitenta porcento das peças sejam inéditas, com algumas estreias durante a própria Campanha”, faz questão de frisar Ton Crivelaro, presidente da Associação dos Produtores Teatrais de Campinas (APTC), entidade responsável pela promoção do evento. O próprio ator, que em anos anteriores cansou de se apresentar em “Casal Pinel em Quarto de Motel”, inova este ano com “O Clitóris do Homem”. “É na mesma linha”, explica o artista. As razões de tal compromisso pelo novo, pontua Crivelaro, são três: queda de público, críticas por parte da imprensa e a necessidade das companhias em montarem algo diferente.

A edição em cartaz também aposta, como não se via em edições passadas, na cumplicidade com companhias convidadas. No total de 11. Além dos 14 grupos tradicionais da região, todas afiliados à APTC, a Campanha recebe trupes e artistas paulistanas, como Cia. São Genésio, Todarte, MKG Produções, Janaína Kais (atriz e cantora, responsável pela trilha de abertura da novela “Paraíso”); ou até mesmo campineiros, entre os quais Os Geraldos e Academia de Palhaços, fortificados pela pesquisa da arte popular.

A troca é positiva (e se faz necessária), reconhece Ton. Até porque, o embate favorável das estéticas distintas das companhias suaviza a marca carimbada (e discutível) seguida pela Campanha de Popularização nesses últimos anos: o “teatro comercial”.

Serviço Guia Campinas
O quê:
26ª Campanha de Popularização do Teatro de Campinas
Quando: Entre 14/01 e 27/02
Onde: Teatro Luís Otávio Burnier do Centro de Convivência (Praça Imprensa Fluminense, s/nº, Cambuí, fone: 3232-4168)
Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia e antecipados)

Fonte: EpCampinas





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