Guarda municipal que agia em Campinas era informante de bandidos

Um guarda municipal está sendo acusado de passar informações privilegiadas a uma quadrilha especializada em roubos, principalmente de caixas eletrônicos, que há mais de dois meses vinha agindo na Zona Sul da capital, cidade Campinas, Indaiatuba e Salto, no interior. Cinco pessoas estão presas.

A identificação da quadrilha surgiu durante investigação de receptadores de carga roubada. “Nós monitorávamos um dos negociadores quando chegamos à quadrilha, que está envolvida em diversos roubos”, conta o delegado titular do 35 Distrito (Jabaquara), Genésio Léo Júnior, responsável pela prisão dos envolvidos.

INFORMANTE

As investigações indicam que o guarda municipal Fábio Antunes de França, o Tonico, funcionário da Prefeitura de Indaiatuba, utilizava a função para passar aos criminosos informações sobre a movimentação das viaturas  em patrulhamento. “Dependendo da localização dos policiais, ele orientava os assaltantes a acelerar o ‘trabalho’ ou a mudar o local de ação”, conta o delegado, que há dois meses seguia os passos dos ladrões.



O delegado descobriu que um dos receptadores de uma carga roubada de tênis negociada no Jabaquara também era integrante da quadrilha e passou a monitorá-lo. Segundo ele, o grupo se dividia em dois e ora agia em São Paulo, ora no interior. A única coisa que mudava eram os parceiros.

Além de Fábio estão presos Ronaldo Silva dos Santos, Josimar Petrucheli, que é irmão de outros dois guardas municipais, Roberto Rodrigues dos Santos e Joselito Silva de Oliveira. Todos têm antecedentes criminais. O chefe do grupo, identificado como Alessandro Alves da Silva, o Sheba, continua foragido, mas, segundo o delegado, sua prisão pode ocorrer ainda nesta semana.

Em poder da quadrilha foram apreendidos uma espingarda calibre 12, farta munição do mesmo calibre, um revólver 38, rádiocomunicador, maçarico, marretas, cilindro de oxigênio e até uma máquina de choque para supostamente torturar as vítimas.

A quadrilha, segundo o delegado, atuava numa espécie de “clínica geral”. “A especialidade não era apenas arrombamentos de caixas eletrônicos. Eles roubavam veículos, faziam saidinhas de bancos e até sequestros relâmpagos”, diz. As investigações prosseguem para identificar as vítimas.





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