Prefeitura de Campinas notifica 52 famílias e interdita prédio contaminado

Os cerca de 200 moradores do condomínio erguido sobre o solo contaminado, em Encontra Campinas, terão de decidir se deixam o local ou se assumem a responsabilidade por possíveis danos à própria saúde. A única torre habitada do Parque Primavera, no bairro Mansões Santo Antônio, será interditada nesta segunda-feira (10) pela prefeitura, após o vencimento do prazo dado à Concima, construtora responsável pela obra, para a retirada dos vapores tóxicos do subsolo.

Os moradores estão apreensivos mas, de acordo com uma moradora, eles não temem o o perigo alarmado pelos órgãos públicos, já que moram há dez anos no local e ninguém reclamou de problemas de saúde associados à contaminação. São 52 famílias que moram em um dos três prédios cujas obras foram embargadas em 2002, um ao após a contaminação ser constatada. Nas outras duas torres, a ocupação foi impedida na época.

O advogado do condomínio, Luis Navarrete, disse neste domingo que, após a notificação de interdição, vai analisar quais medidas deve tomar. Segundo ele, o sistema para a retirada dos gases já existe no local, mas que não há um responsável para operá-lo.

Cancerígeno



O nível de contaminação detectado fez com que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) indicasse a retirada das famílias por riscos à saúde dos moradores e trabalhadores do prédio. Os vapores podem provocar câncer, por causa do cloreto de vinila, que é comprovadamente cancerígeno. A Concima ergueu o condomínio em uma área onde funcionava uma indústria de produtos químicos.

Os moradores serão orientados a deixar os imóveis. Eles não são obrigados a se mudar, mas, com o ato de interdição, se quiserem permanecer morando no edifício terão de assinar um documento assumindo as responsabilidades sobre eventuais danos à saúde.

Prazo

O prazo estabelecido pela Prefeitura de Campinas para que a construtora retirasse os vapores do subsolo venceu nesta sexta-feira (7). A administração municipal também estuda uma forma de entrar com um pedido de bloqueio de bens dos proprietários da Concima, com o objetivo de viabilizar uma alternativa para o término do estudo de avaliação dos danos, que está parado, e para o início dos trabalhos de remoção dos gases.

Nada a ser feito

O departamento jurídico da construtora informou que a empresa já esgotou todos os recursos possíveis para solucionar o problema na área, mas que “não há nada que possa ser feito”.

Fonte: EpCampinas





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