Greve dos servidores desfalca Orquestra Sinfônica e bibliotecas municipais

Ao final do quarto dia de paralisação dos servidores municipais, a cultura campineira sofre impacto. Compreensível: dos 70 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal da guia da cidade Campinas (OSMC) escalados para os concertos do próximo final de semana, 23 entraram em greve nesta terça-feira (17). Soma-se ao número, dois funcionários integrantes do setor das bibliotecas municipais. “São apenas as duas áreas afetadas na Cultura”, afirma Renata Sunega, secretária municipal de Cultura de Campinas.

Quanto à orquestra, Arthur Achilles, diretor da OSMC, é enfático ao dizer, apesar da situação: “Não cancelaremos a programação do final de semana. Estamos trabalhando para isso. Até porque, não foi a orquestra em sua totalidade que aderiu à greve, mas 23 músicos”. Por outro lado, o diretor lamenta o desfalque, que pode sim comprometer a qualidade dos espetáculos. “Se um músico faz falta. Imagine mais de vinte. Além disso, todos estavam escalados para o concerto desta semana”, avalia.

Apenas no final da manhã desta quarta-feira (17), após o expediente da orquestra, que Achilles, em reunião com Renata Sunega, decidirá qual medida tomar. São duas: “Ou tentar escalar todos os substitutos dos músicos ou reduzir, enxugar ou até mesmo substituir o atual programa do concerto”. Nesta semana, a OSMC se apresenta, sob a batuta do maestro convidado Luis Gustavo Petri.



Os músicos

Para Walter Valentini, contrabaixista e presidente da Associação dos Músicos da OSMC, a adesão dos artistas à greve vem num momento crucial. “Além da questão salarial, que é o mote da greve; este momento é importante para o setor, independente qual for, apresentar as suas reivindicações”. No caso específico da orquestra, a batida vem na mesma tecla: “As condições do Centro de Convivência continuam uma lástima”.

O presidente ainda não sabe se os músicos continuarão em greve. “Nesta quarta, antes do ensaio, teremos uma reunião”. No entanto, caso a paralisação se mantenha, o concerto do final de semana será comprometido em grandes notas. “Além do tempo útil para ensaiar que já foi prejudicado, funções estratégicas de uma orquestra, como os solistas, estão entre as que aderiram ao movimento. Será difícil encontrar substitutos de última hora”. Para ilustrar melhor, utiliza-se de uma comparação: “É como se tirassem Neymar e Ganso da partida. Fica difícil”.

Bibliotecas
De acordo com Rosangela Reis, coordenadora das bibliotecas municipais, o maior impacto no setor aconteceu na sexta-feira passada, primeiro dia de paralisação. Ao todo, 12 funcionários aderiram ao movimento naquele dia. A fim de não prejudicar o andamento das atividades, explica, remanejamentos foram necessários. “Funcionários que não ficam na linha de frente dos atendimentos, como chefe de setores, atuaram nos balcões”. Entre segunda e terça desta semana, apenas duas pessoas continuaram a integrar o movimento: uma da Biblioteca Pública Municipal ‘Prof. Ernesto Manoel Zink’, outra da biblioteca itinerante.

Fonte: EpCampinas





1 resposta

  1. Rodolfo 18 de maio de 2011

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