Turistas de Campinas cancelam reservas nos hotéis, pousadas e pesqueiros no Sul de Minas

Nem caniço, nem samburá 1



A devastação causada pelas chuvas nas estradas e em diversas cidades do sul de Minas  provocou um efeito colateral que, se não chega a ser exatamente novo, impressiona pelo volume. É imenso o número de cancelamento de reservas em hotéis, pousadas, passeios ecológicos e diversas atividades relacionadas às tão sonhadas e esperadas férias no campo. Segundo comerciantes de Caxambu, Poços de Caldas e Lambari, entre outras cidades, os turistas de Campinas são os que mais suspenderam as temporadas.

Nem caniço, nem samburá 2
Como a região é muito frequentada por paulistas e fluminenses – o que faz com que o carro seja o meio de transporte mais comum –, o argumento mais usado pelos turistas para os cancelamentos é quase sempre o mesmo: uma lista imensa de perguntas que têm a ver, sobretudo, com a garantia de que chegarão e sairão incólumes dos lugares escolhidos. Como é impossível garantir o que quer que seja, os donos de hotéis e pousadas têm usado de toda a simpatia disponível para tentar reverter a situação, principalmente entre os turistas de Campinas. Depois de São Paulo, a cidade é o segundo mercado mais importante para a região.

Nem caniço, nem samburá 3
“Esta semana o hotel estava quase 100% ocupado. Mas bastou a notícia do alagamento da Rodovia Fernão Dias para as linhas telefônicas ficarem congestionadas e as reservas despencarem para menos da metade. Mais de 30% eram visitantes de Campinas que tradicionalmente se hospedam conosco”, contava, na última quinta-feira, um empresário do setor turístico de Caxambu, município que não chegou a ser alagado e nem a sofrer quedas de barreiras ou deslizamento de terra. “Infelizmente, o medo é maior que a vontade”, lamentou o comerciante.

Campinas-SP/MG
Campinas sempre funcionou como uma espécie de “capital paulista” para os mineiros do sul do Estado, muito mais próxima do que Belo Horizonte ou outra grande cidade mineira, como Uberlândia ou Uberaba, por exemplo. A cidade é destino certo para trabalho e estudo para milhares de migrantes que a transformaram na cidade com maior número de mineiros fora de Minas Gerais – o que a faz ter, ainda, uma das maiores produções de pão de queijo do país.

Cheque ou cartão?
O medo generalizado de ter que enfrentar uma situação adversa em uma estrada ou em um destino turístico, foi motivo mais que suficiente para que muitos viajantes antecipassem a volta – numa semana que já é considerada uma das mais terríveis da história recente do país. O resultado foi uma invasão nos supermercados e shoppings centers de Campinas no final da tarde de domingo. Até mesmo uma loja de produtos veterinários e jardinagem viveu uma tarde incomum: para comprar um pacote de ração para cachorro, teve consumidor que esperou até 40 minutos na fila.

Caminho suave 1
Um grupo de turistas da região de Campinas voltou de uma viagem para Foz do Iguaçu intrigado com o, digamos, procedimento divergente das alfândegas da Tríplice Fronteira. Para entrar em território argentino, só faltam pedir a árvore genealógica do viajante, sobretudo para os que estão levando crianças pequenas ou de colo.

Caminho suave 2
Já na alfândega paraguaia, parece ser grande o esforço para perpetuar a fama de país com leis aplicadas sem muito rigor. Pais com filhos – quer dizer, espera-se que sejam pais e filhos – passam sem ter que dar maiores explicações e nem mesmo mostrar qualquer documento que ateste a paternidade ou qualquer grau de parentesco entre adultos e crianças.

Fonte: EpCampinas





Deixe seu comentário