Campinas: Pãozinho está mais caro, preços chegam a 20% de reajuste

Nos últimos meses a mordida no pão ficou bem menos saborosa: o preço não pára de subir. Quem tem família grande até diminuiu o sanduíche.Os aumentos no preço do pãozinho estão fazendo aniversário. São 12 meses seguidos de reajustes e o brasileiro pode sentir no bolso na hora de tomar o café da manhã. 

Em Campinas, o preço médio do quilo do pão francês é de R$ 6,69, média do Estado de São Paulo. Na capital paulista, o pão com manteiga custa entre R$ 1 e R$ 1,20.

Mas existe uma variação nos preços. Em uma padaria de Campinas, o reajuste foi de 20% durante o ano. Toda a linha de pães acompanhou o reajuste, assim como os produtos do balcão, como pães doces e sonhos. Uma consumidora diz que sentiu o aumento dos preços, mas que o café da manhã com pão francês é indispensável.

As capitais onde foram registrados os maiores reajustes no preço do pão foram Fortaleza e Florianópolis, onde o preço do pãozinho aumentou em 10%. Mas são os capixabas que estão comendo o pão mais caro do Brasil. O preço médio é de R$ 8,16, o dobro do preço da capital que tem o preço mais baixo. Em Aracaju, Sergipe, o quilo do pão custa R$ 4,68. No estado de São Paulo, o preço médio é de R$ 6,69.

O peso é o mesmo de todos os dias, já o preço mudou. “Eu acredito que em todos os lugares o preço subiu”, comenta o representante comercial Vanderlei Garcia Pena.

Dados da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio) mostram que este ano o preço do pãozinho já subiu cerca de 11% nos supermercados e 9% nas padarias. E não é só o pão francês que está mais caro. Outras variedades de pães, rosquinhas, biscoitos e bolos tiveram reajuste. As pesquisas de preços apontam alta de 3,5% nos produtos panificados de janeiro até outubro. “Para quem come muito todo dia, atrapalha”, acredita a autônoma Mara Eliza Fernandes.



O maior responsável pelo aumento é o principal item da receita: a farinha de trigo. Existe hoje uma crise de oferta no mercado internacional. Como não dá para mudar os ingredientes, o jeito é pagar mais caro.

“O principal motivo é por conta de uma quebra de safra na Rússia, que é o maior produtor mundial, e uma redução da oferta Argentina para o mundo por conta da restrição das exportações lá no país latino”, explica Fabio Pina, assessor econômico da Fecomercio.

No início do ano, a tonelada da farinha de trigo custava cerca de US$ 250 no mercado internacional. Agora está na casa de US$ 300 dólares. Trata-se de uma variação de aproximadamente 25% em dólar e de cerca de 15% em reais.

Os comerciantes dizem que o aumento dos custos com serviços e mão de obra também contribuiu para a elevação dos preços.“Fermento, energia elétrica, aumento do funcionário, leite e outros derivados que vão no pão”, justifica o dono de uma padaria, Artur Pereira.

“Como sou eu, a mulher e um filho, se eu comer de dois a três pãezinhos, a diferença é pequena. Agora para quem tem cinco ou seis na família, pesa mais no bolso”, comenta o representante comercial Vanderlei Garcia Pena.

Os preços não devem cair tão cedo. “Num curto prazo, nós vamos ter de conviver com o pãozinho um pouco mais caro”, prevê Fabio Pina, assessor econômico da Fecomercio.

Fonte: EpCampinas





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